sábado, 7 de janeiro de 2012

Razão sem razão...


E naquele dia ao olhar o horizonte o pequeno aspirante a voador só conseguia pensar, em quão injusto são os sentimentos. Ou que a injustiça acontece justamente pelo alvo de nossos mais puros e complexos segredos levados dentro do peito os maiores paradoxos e abstrações. Porque infelizmente não basta ter um pássaro lindo, educado, carinhoso e disposto a tudo para que a centelha que o faça voar acenda. Não, o coração simplesmente se intromete, não por que ele seja mais sábio, ele tem uma razão equivocada que a própria razão nele não confia. E o passarinho de papel simplesmente se apaixonou sem nenhuma razão aparente, talvez fossem os olhos, ou o abraço que traziam a calma e o silêncio do mundo, a centelha de voar estava acesa, mas como o coração vive sem razão o dono da centelha do nosso amigo que ainda não pode voar, voou pra longe e não sabe mais como voltar, e por mais que o passarinho de papel quisesse odiar aquele que simplesmente se foi, o pequenino só conseguia odiar a si mesmo, pela completa falta de capacidade de odiar aquele que guarda a calma e o silêncio de seu mundo. E por mais que ele tenha pensando que no fim o fato da partida tenha o tornado INSIGNIFICANTE com letras maiúsculas, simplesmente cada dia era uma nova conquista, só pra viver com a sua ausência, era um aprendizado duro, mas o qual ele sabia que tinha que passar. Mas se uma estrela cadente passasse ao lado de nosso amigo, eu sei que ele não excitaria em desejar, desejar lutar pra não pegar no sono só pra ver aquele sorriso ao seu lado em seu leito só pra ficar debaixo daquelas asas ao som da respiração, ao calor a sua vontade de voar e fechar os olhos e esperar que aquilo durasse pra sempre. Mas a estrela ainda não passou e o passarinho de papel ainda não voou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário