domingo, 18 de dezembro de 2011

Por que desejam se apagar se podemos queimar?


E por mais que o pássaro de papel e o pássaro azul olhassem tudo aquilo, nada compreendiam. Não fazia sentido aparentar algo exuberante e brilhante que não resistiria nem ao sopro de uma brisa,aqueles senhores lutavam tanto pra vender aquela imagem, que não percebiam o quão frágil e o quão entregavam mais e mais que não se passava apenas do superficial, tão sólido quanto fumaça. E os pássaros só desejavam o fogo, o fogo da transformação, o fogo quente contra a apática frieza da vida que muitos optaram, e a maioria cheia de medos e pudores, constrangidos com a idéia do fogo, não percebe que escolhem se apagar aos poucos, e sentar e apenas esperar o cinzento e vendendo pra todos colorido, nunca vai ser compreensível , mostrar o que deseja mas não tem, convencer os outros, causar inveja por uma mera ilusão, e vivendo todos anestesiados nessa utopia, parecia que só os pássaros viam o futuro opaco que os esperava, os senhores sorriam e dançavam como se fossem alheios ao que realmente acontecia ali, ao contrário do que parecia não era uma comemoração, era a celebração do fim das possibilidades. E o passarinho de papel só conseguia olhar e desejar o cravo vermelho do horizonte, o cravo que flamejava ao fogo era o que ele desejava. E se for pra ser assim. Se esbaldem na ilusão senhores, mas ausente sorridente, não se deixe levar por isso, eu sei que você pode mais, nunca deixe de desejar. Porque o frágil voador ainda deseja e luta ao menos pelo direito de desejar, o cravo, o fogo, o ausente.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Só um passarinho de papel...

Era só um pássaro de papel tinha asas que não sabia usar, e por medo de perder, se prendia mais e mais as coisas da terra e nunca conseguia flutuar, e quanto mais se enraizava aos seres terrenos, mas eles lhe escapavam, na intensidade de se prender sufocava a sutileza, e assim aprendeu a soltar a deixar ir, começa a sair levemente do chão, mas o peso da ausência ainda o puxa pra terra e por mais que se identifique com um pássaro majestoso azul de asas grandes, um pássaro que pode agarrar o mundo num só movimento de asas, que conhece a dor do mundo, algo que tão recente esse pássaro que não plana descobriu, às vezes simplesmente o frágil passarinho só queria ser fogo e poder transmutar toda essa energia, que parece estar no lugar errado, na época errada. E o fogo não o faria voar? Nas costas do vento, nas coxas do mar, nos lábios da vida. Esse passarinho sabe que a liberdade é só um sonho que um dia lhe contaram, um sonho que por aqui não existe, não importa como e nem onde, sempre existe algo que nos prende. E hoje o pássaro está preso na ausência, e ele deseja que este ausente sorridente tenha tudo que o mundo possa oferecer que esse ausente simplesmente voe e não deixe o rancor o endurecer, que seja leve e suave mesmo que distante. Que seja fogo e queime em um só instante.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Virginianos da minha vida!

Tanto tempo sem postar e o que escrever nesse mês de setembro senão sobre aniversários de pessoas muito especiais na minha vida. Começando pelo Carlinhos, que passou pela minha vida de modo muito rápido, mas me conhece melhor do que muita gente que está próxima de mim, ele conheceu como eu posso ser cruel, por conta do meu orgulho e a minha dificuldade de me abrir às vezes, me fecho um mecanismo de defesa, coisas das quais estou tentando me livrar aos poucos. Mas nada melhor do ter ficado tudo bem entre a gente, meus dias ainda são coloridos por nossos telefonemas longos, temperados com muita risada e muita chantagem emocional da minha parte, lógico. Te amo Carlinhos, não importa o pouco que você ficou próximo de mim, estará sempre presente na minha vida. Você simplesmente é daquelas pessoas que não podemos deixar passar. Logo depois veio o aniversário da Cami, linda princesa, que jamais deixara o seu lado de criança morrer, e isso é umas coisas que a torna especial, você a acredita na magia linda, no sutil, e isso que te torna essa pessoa crente, neste mundo descrente, não deixei que isso se perca, não deixe as pessoas diminuírem você, todos nós sabemos que você é muito maior do deixa transparecer, a você também peço desculpas pelo meio jeito estranho, de quem se aproxima e se afasta quando dá na telha, acho que você sabe que é o modo de dizer, quero espaço, mas não importa, independente disso você pode contar comigo. Amo você, linda. O terceiro, mas não menos importante, é o Lucas, passamos por bons bocados esse ano né, meu amigo? Venho aqui te agradecer, por sua causa, eu aprendi uma lição muito, muito importante este ano, e devo-a a você. No primeiro semestre, quando eu soube que você queria morar sozinho e não mais comigo, isso me machucou muito, mas simplesmente por naquele momento eu não tinha compreendido, que você precisava começar a trilhar o seu próprio caminho, e você não me contou porque não queria me magoar, você sempre pensando nas pessoas né? Hoje sei que é algo que você precisava para poder dar uma porção de outros passos no seu caminho, caminho que eu tenho muito orgulho de poder acompanhar, fazer parte da sua evolução é simplesmente gratificante. Te agradeço por me ensinar a não levar as coisas para o lado pessoal, as pessoas não fazem as coisas necessariamente para me machucar, na verdade essa não é a intenção delas, elas são muitos melhores do que imagino, e um evento no presente, não anula um passado cheio de sentimento, afeto e cumplicidade. Hoje eu sei que não precisamos morar juntos para sermos gratos um com a presença do outro. Amo você de verdade, você mora no meu coração nunca deixarei você passar ou sofrer sozinho, porque estarei aqui pra você pra sempre, e fico muito feliz de tudo isso só ter fortalecido a nossa amizade, espero que eu possa estar com você em todos os seus outros aniversários. Beijo virginianos lindo, simplesmente amo vocês!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Distraídos venceremos...

Distraídos venceremos esse mundo de covardes, que insistem em tornar os sentimentos amenos, e sofrem de falta de coragem, essas pessoas que deixam que os medos sejam maiores que os seus desejos e dessa forma se afastam mais e mais do que são do que querem, e pra onde vão. Como saber o que quer, sem nem ao menos demonstrar, se não almeja se mostrar ou confiar, o confortável não nos permite alçar grandes vôos, quem se prende na zona sem medo corre o grande risco de ter sempre os seus desejos em segredo de ver o tempo passar sem simplesmente conhecer a intensidade do que é voar, se você, não se distrai você não cai, se você não cai, não se machuca, e não pode desvendar as divertidas formas de se curar uma ferida. Pra que ficar nesse mundo estável cansado e amarelo? Distraia-se ao descobrir que o mundo pode ser muito mais misterioso que a nossa racionalidade nos permite enxergar, descubra o que as diversas cores podem mostrar. Se distraia com a sombra de uma árvore, um passarinho num sinal de trânsito, a vida que mantem o seu curso em meio a correria que lhe é imposta, se distraia diante da nobreza do simples, não confunda simples com fácil. Se distraia se deixe levar pelos seus desejos, nada mais perigoso do que se mostrar nem mais prazeroso. Os aventureiros se colocam num estado vulnerável para experimentar o prazer da adrenalina. Então, quem se mostra se torna vulnerável, mas goza muito mais da vida, sua máscara te deixa protegido de tudo. Se distraia diante dos riscos, penda a asas para voar, abra os braços para tudo que o risco pode tem a oferecer, se distraia, penda a asas e feche os olhos que a experiência você nunca mais vai esquecer.

sábado, 28 de maio de 2011

O meu futuro é duvidoso...

É as últimas três semanas foram de grandes mudanças. Sabe aquelas decisões da sua vida, que você sabe que a partir dali, mesmo que não seja a intenção você muda sua vida toda? Então tenho passado por coisas mais ou menos assim, e são nesses momentos que a única certeza que eu tenho é a certeza de que tudo é incerto e que o dia de amanhã pertence ao amanhã. Foram semanas com o ar pesado, mais hoje tudo está mais sereno, porque eu possuo uma pessoa na minha vida, que sempre sempre vai me ajudar quando eu precisar, vai conversar comigo, vai me ajudar a ver os lados mais importantes, vai rir ou me ouvir chorar tudo com a mesma paciência, porque apesar da distância ela é a pessoa mais presente na minha vida, e hoje já não caio mais no erro de procurar família aqui em Londrina, família é uma só, aqui eu tenho grandes amigos, mas família que me conhece e me suporta só a minha mãe mesmo, que me deu a sua fisionomia, o seu eterno jeito de sempre pensar e analisar antes de fazer, os mesmos hábitos e os mesmos vícios, e o enorme prazer dela ser a minha mãe, minha melhor amiga, muito mais do que qualquer um jamais poderá ser na minha vida, pois ela me conhece melhor do que ninguém e sempre me apoia nas minhas decisões e ajuda a realizar os meus sonhos. Mãe amo você mais que tudo, você é uma das poucas certezas que eu tenho na vida, saudades imensas de casa!! Nesses dias eu percebi as grandes doenças da alma que a nossa geração possui, e apesar das vontades sem nome, das perdas no caminho e de tudo mais. A grande busca, o grande brilho de tudo é contra todos os obstáculos ainda acreditar e continuar, e é isso que eu estou fazendo continuando, no começo de julho um ciclo se encerra, e outro recomeça, pra onde eu vou e com quem é só mais uma das grandes incertezas, que nos perseguem e nos tornam eternos investigadores de nós mesmos. Essa é minha investigação e minha prioridade, começo a ser mais egoísta mais por uma necessidade minha do que qualquer outra coisa. Medo de novos ciclos? Porque eu teria. Independente de qual seja, infinitas possibilidades vão se abrir a minha frente. E eu prometo ao menos trocar de erros, porque é esse ciclo de erros eu não quero mais na minha vida. Agora tenho pessoas muito queridas ao meu redor e a certeza de que nada é pra sempre, outras virão outros pedaços de outros universos particulares vão fazer parte do meu mundo, que cresce a cada dia. Então que o ciclo venha com as suas surpresas e decepções, eu nunca vou deixar de confiar, porque por mais que se perca no caminho, só quem confia e cria relações se encontra, relações comigo mesma e como o mundo em torno de mim. Simplesmente aberta as novas possibilidades.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sutileza sob o azul...

Ontem eu estava assistindo, comer, rezar, amar; fechando com chave de ouro um último final de semana de filmes, com a minha linda, e original mãe. E é tão interessante perceber, que mudamos, demos um passo, e aprendemos com um erro passado. Hoje eu sei que as cicatrizes que eu trago , me mudaram de alguma forma, e com certeza me mudaram pra melhor, antes eu me agarrava as coisas, com medo de perdê-las, mesmo já tendo perdido.
Hoje eu as deixo livres, não é fácil abrir de mão de algo que se quer muito, não foi fácil e nenhum momento é. Mas as coisas a acontecem do modo que tem de acontecer, as vezes me agarrando as coisas, eu perco a vista linda, das oportunidades que vão se despindo a minha frente. Lembra de quando éramos crianças, e a melhor coisa da festa de aniversário eram as bexigas? Brincávamos por horas e horas, de não deixá-las cair no chão, e no fim da festa era aquela vontade de levá-las pra casa, como se pudéssemos congelar, aquele suave momento de alegria. E no dia seguinte, ela murcharam, e já não é mais tão divertido e nem tão bonito, tentamos prender elas com a gente e perdemos a sutileza, acho que com os sentimentos são a mesma coisa.
Por isso eu soltei, não por que eu não quero mais, pelo contrário, quero e quero muito, mas não quero sufocar uma coisa, que é suave. Então ao invés de levar as bexigas pra casa, eu vou soltá-las, ver o planar gostoso sob o azul do céu, se um dia for pra eu ter aquela alegria de volta, que ela volte por vontade própria, não existem sentimentos que nascem da pressão, eles simplesmente acontecem, e eu espero que aconteça novamente, quero muito que seja com a mesma pessoa, mas se não for, não vou ser um mártir. Vou curtir o que tiver que vir, se for o que desejo não vou reclamar, senão for, vou aceitar, não com a acomodação de quem aceita tudo, mas com a resignação de quem aproveita, sem esgotar, sem exagerar, quando sei, que a partir de certo momento não depende só de mim, é preciso o desejo da outra pessoa também e eu aprendi a respeitar. Então hoje eu solto as bexigas livre no ar, feliz pelos momentos que eu tive com elas, talvez saudosa com a partida, mas nunca nunca sem a lembrança do que elas foram.
Esse é um assassinato que eu não aceito, que as lembranças permaneçam vivas e palpáveis, porque isso sim, isso eu posso ter comigo, sem sufocar, sem nunca se esgotar, posso até criar um futuro que não existe, posso desejar que ele exista, e assim sem nem perceber o tempo passar a gente muda, e mais um passo a frente, é o que acontece sempre, independente se a transição foi boa ou ruim.
Hoje eu lembro a partida das bexigas, e me encho de saudade das lembranças, de um coração que insiste em ser criança e crer sempre.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sempre aprendendo mais e mais...

E então 2010 se foi, com toda a sua urgência, acho que deixe bem claro no último post que foi um ano maravilhoso.
E como o blog nasceu ano passado, resolvi reler tudo que eu escrevi ao longo do ano, e digo pra vocês me surpreendi comigo mesma, os posts ficaram menos frequentes, mas com certeza ficaram bem maiores. E foi lendo o blog que me toquei da coisa mais óbvia da face da terra. Nossa! Como eu sofri quando o Fabrício deixou de fazer parte da minha vida, sofri porque obviamente eu sou idiota e vou continuar a ser, eu prezava tanto que a nossa relação, será que posso chamar assim? Acho que sim. O que eu mais curtia entre a gente era a simplicidade, era simples estar com ele e curtir a presença dele, e como quando há uma mudança, a gente sempre acha que o mundo vai acabar, foi o que eu achei, acreditei que nunca encontraria isso com outra pessoa, e isso não é verdade.
Muitos dos meus amigos falam sobre o brilho que eu carrego comigo. E isso é meu posso carregar pra qualquer relação, para qualquer relação que mereça essa atenção, seja uma relação de amor ou de amizade. E sorte de quem puder partilhar essa fortificação comigo. As coisas passam, e isso não é necessariamente o fim do mundo. É porque a grande verdade é que as coisas não passam, elas mudam. E mudar é bom, pode trazer coisas muitos boas, pode sim, se você na ficar agarrado ao passado e se adaptar ao novo, mas uma coisa eu tenho certeza sempre terei meu brilho, e meu modo de tentar simplificar as coisas vai comigo. Você quer ficar? Fique. Quer ir embora? Vá. Mas não fique com meio termo pra cima de mim, que isso eu não aceito, se for preciso eu decido, porque a vida ainda é feita de escolhas, você pode ficar parado, tentando dar carinho e mendigando atenção para que um belo dia a outra pessoa acorde e descubra que você é o amor da vida dela, ou você pode largar e desistir, muitas vezes desistir é um ato de coragem, não se contentar com menos, ir atrás de mais. Ir atrás de alguém que goste de você e te dê atenção de graça, e não faz isso esperando que você faça o mesmo. O verdadeiro afeto vem de graça, amo o Ramon, a Bia, a Kurita, o Jeff, o Lucas, o Gio e por ai vai, amo eles simplesmente porque nós criamos isso juntos, não nós não somos perfeitos, somos cheios de defeitos e a gente pode passar por momentos de desentendimento, mas eu amo e os trato bem apesar disso.
E é isso que quero, coisas que vem de graça, sem interesse, e porque eu sou exigente é que eu tenho pessoas tão boas ao meu lado, e não, disso eu não vou desistir, porque isso faz parte de mim e quando eu estiver abrindo mão de mim mesma, vou ter a certeza de que já não vale mais a pena. E eu ainda acho que a grande beleza de tudo está na tentativa, não importa os tombos, eu não deixo de confiar e de acreditar, porque é isso que nos move, a conhecer a próxima pessoa maravilhosa, o próximo futuro que assusta e te acolhe, é só ir em frente e desistir do que não é suficiente, porque não importa o que digam, você merece mais, e se você vai atrás disso é o que você encontra. Então...a busca continua...